View from the exhibition We Can Only Be Happy / SOMA Galeria, Curitiba (BR) / September 16 - November 1, 2022 Photo: Kraw Penas.
Nas Feridas que Eu Alcanço, 2022
Performance ao vivo, roupa em poliamida biodegradável, duração variável, 2022. 1ª edição em Curitiba, Brasil.
Instalação multimídia composta por foto-performance e vídeo, edição limitada de 5 + 1 P.A.: 8 fotografias impressas em pigmento mineral sobre papel 100% algodão de 308 g/m² ou 310 g/m², 11,5 x 19,5 cm cada, e 1 vídeo de canal único, colorido, 3 m e 57 s, 2022. Curitiba, Brasil.
Nas Feridas que Alcanço foi realizada pela primeira vez em espaço público na Praça Marechal Alberto Ferreira de Abreu, em frente ao Hospital Geral de Curitiba, instituição administrada pelo Exército...
Nas Feridas que Alcanço foi realizada pela primeira vez em espaço público na Praça Marechal Alberto Ferreira de Abreu, em frente ao Hospital Geral de Curitiba, instituição administrada pelo Exército Brasileiro, no dia 27 de julho de 2022. A artista buscou criar com seus gestos simples e primitivos uma imagem extraordinária que colocasse em alerta os transeuntes do bairro - para despertar, assim, um chamado à ação individual e coletiva de cuidado de si, dos outros e do mundo. Transferir a arte dos espaços museológicos para o cotidiano é um movimento na poética do artista desde 2019, conforme proposto em projetos anteriores.
A aparição da artista vestida de vermelho com macacão, facekini e capa despertou de imediato a atenção do público presente na praça, que ali descansava no horário de almoço e que costuma frequentar esse espaço para relaxar e tomar sol. O movimento em frente ao Hospital costuma ser composto por terceirizados, militares, pacientes e familiares visitantes. Pessoas direta ou indiretamente envolvidas com recuperação de saúde, terapias, tratamentos, medicamentos, cuidados. Nesse sentido, a performance rompeu com o cotidiano dessa figura inusitada, mas não tratou de uma temática alheia aos personagens habituados àquele espaço. Chamou a atenção o quanto as pessoas foram receptivas e sensíveis à ação do artista.
Lamber feridas é uma resposta instintiva de alguns animais para aliviar a dor, a irritação e auxiliar no processo de cicatrização. Aproveitando esta lição, Analize busca na lambidela a cura para os processos internos e externos, a relação consigo mesma e com o outro, o seu espaço pessoal e coletivo. “No final, vamos todos nos lamber” foi a frase repetida em voz alta pela artista ao longo de todo o processo, lembrando que há feridas que, afinal, não alcançaremos – e, portanto, só sairemos dessa junto.